Karina Kuschnir

desenhos, textos, coisas

Na volta de Lisboa

12 Comentários

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Tenho um problema sério com viagens. Sabe criança de 7 anos na hora do banho? Fico igual. Entro no modo procrastinação, esqueço da mala, me xingo, me arrependo, me saboto. Não sei onde foi parar dentro de mim a pessoa que aceitou a ideia de viajar. Achar um motivo para cancelar o embarque passa a ser meu objetivo de vida.  Mas, como a criança de 7 anos, que também chora para não sair do chuveiro, depois que estou viajando, não quero voltar.

Em janeiro/2017, passei por uma dessas experiências. Foi dificílimo partir, e pior ainda regressar. Exceto pelos problemas de retina (que arranjei no stress pré-viagem), os quinze dias que passei em Lisboa, só desenhando e conversando sobre desenho, foram tão maravilhosos que ainda não consegui processar. Tenho um caderno cheio de desenhos que não escaneei, e um monte de experiências sobre as quais também não escrevi!

Imagino que vocês já sentiram essa paralisia. Quando estamos diante de algo grande demais, e parece mais fácil abandonar do que dar conta. Opa, claro que vocês me entendem. É igualzinho a projeto de mestrado, dissertação, tese, diário de campo e até trabalho de curso!

Então, mesmo depois de enrolar quase dois meses, resolvi que já estava na hora de falar dessa viagem aqui no blog.  Iniciando pelo fim, escaneei o último desenho que fiz, com as coisinhas familiares da casa que me receberam bem: a cama, o alto verão, o telefone de Minion que comprei com a Alice nas Lojas Americanas logo na chegada, o cartão da clínica onde tratei do olho, o sketchbook onde me refugiei nos primeiros dez dias, sem enxergar direito. Tudo isso aconteceu no tumulto da volta às aulas das crianças, todos nós nos acostumando a acordar às 6:15 da manhã pra sempre. Os objetos estão desproporcionais, a cola gigante, o caderno menor do que a tesoura. Minha parte preferida foi desenhar a capa da colcha que — só agora me dou conta — veio também de Portugal, de presente, há uns anos atrás. É um dos objetos que mais amo da minha casa.

Ufa. Agora que já comecei, prometo escrever em breve sobre os encontros e as atividades mais interessantes da viagem.

3 Felicidades possíveis:

♥ Vida prática: Alice me ensinou a usar o Whatsapp pelo computador e também a enviar a minha localização por Whatsapp do celular (está entre as opções de anexar, no símbolo de clipe).

♥ As crianças descobriram um jogo interessante, o GeoGuesser. O computador te coloca num local do mundo e você tem que adivinhar onde está, andando pelas ruas, como no modo 3D do Google maps.

♥ Alice apaixonada por fazer mágica com cartas, anda aprendendo um monte no Youtube. Distração saudável para quem tem pequenos em casa.

Sobre o desenho: Linhas feitas com canetinha Pigma Micron 0.05 e 0.1 em um caderno Stillman & Birn, Delta series, 8 x 10 polegadas, presente que ganhei da minha irmã ano passado. Todas as imagens foram coloridas com aquarela (Winsor&Newton e outras marcas), exceto pelo adesivo de Mentos, colado na página direto da embalagem. O celular de Minion é um dual chip, custou 99 reais, e está funcionando perfeitamente até agora! Virou o telefone fixo da casa, pré pago e baratinho.

Você acabou de ler “Na volta de Lisboa“, escrito e ilustrado por Karina Kuschnir e publicado em karinakuschnir.wordpress.com. Se quiser receber automaticamente novos posts, vá para a página inicial do blog e insira seu e-mail na caixa lateral à direita. Se estiver no celular, a caixa de inscrição está no rodapé. Obrigada! 🙂

Como citar: Kuschnir, Karina. 2017. “Na volta de Lisboa”, Publicado em karinakuschnir.wordpress.com, url: http://wp.me/p42zgF-1Xi. Acesso em [dd/mm/aaaa].

12 pensamentos sobre “Na volta de Lisboa

  1. Pingback: Viajantes (e resultado da votação das plantinhas) | Karina Kuschnir

  2. Pingback: Rabiscos com Karina Kushnir – Papiro papirus

    • Muito obrigada, querida! Ainda estou devendo os posts da oficina! O drama é escanear um caderno inteiro!! hahahaha Mas já já conseguirei ♥

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  3. Oi Karina

    Há que tempos que estou para comentar.
    Que bom “ouvi-la” de novo por aqui! 🙂
    Imagino facilmente como essa viagem aqui a Lisboa foi “assoberbante” emocional e fisicamente.
    Estava a aguardar uma boa desculpa para publicar os meus desenhos que fiz no seu workshop na “Vieira da Silva”. Tenho também um “montão” de apontamentos do seu seminário sobre as suas aulas de Antropologia Visual aos quais ainda não voltei, porque tenho estado a aguardar mais um pouco para ver se aparece aqui um post sobre este tópico 😉

    Essa colcha está o máximo!!

    P.S. Porquê que nós aprendemos a teoria sobre [quase] tudo relacionado com procrastinação e continuamos a não aplicar na prática como evitar afundar-nos nela…?

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    • Rá! Exatamente, Rita! Escrevi num comentário no teu blog que ainda estou devendo. O que me cansa mais é a ideia de escanear um caderno inteiro. Mas já está na minha agenda desse final de semana! Saudades de vocês todos, de Lisboa, de desenhar na Linha… ☺♥

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  4. Oba! Vai começar o grande relato da viagem a Lisboa.

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  5. Amei o texto e os desenhos, Karina! Ah, eu amo post-it! ❤

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  6. Ri-me imenso ao ler o seu texto, Karina, e identifiquei-me totalmente com ele. Temer a partida, mas depois resistir ao regresso. Acho que vêm aí posts lindos das suas experiências em Lisboa, onde não pude conhecê-la por ser de Braga, que fica bem mais a norte… É que o desenho de hoje é delicioso, cheio desses apontamentos da realidade que levam tanto dentro.

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    • Obrigada, querida! Senti tanto não ter ido a outras cidades em Portugal. Mas um dia voltarei a passear de carro ou comboio por esse país maravilhoso. Acompanho seus desenhos e seu blog no Feedly: sempre maravilhosos! ♥

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  7. Entendo muito disso! Beijos

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