Pessoas queridas, aí vai com muitíssimo atraso o calendário de março/2019. Cliquem no PDF (em alta resolução) para imprimir.
Minha homenagem ao lindo samba-enredo da Mangueira, cuja letra segue abaixo.
Mangueira 2019 – História para Ninar Gente Grande – Autoria de Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino Intérprete: Marquinhos Art’Samba.
Brasil, meu nego
Deixa eu te contar
A história que a história não conta
O avesso do mesmo lugar
Na luta é que a gente se encontraBrasil, meu dengo
A Mangueira chegou
Com versos que o livro apagou
Desde 1500
Tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no retratoBrasil, o teu nome é Dandara
E a tua cara é de cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão no mar de AracatiSalve os caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malêsMangueira, tira a poeira dos porões
Ô, abre alas pros teus heróis de barracões
Dos Brasil que se faz um país de Lecis, jamelões
São verde e rosa as multidões
Para ouvir a gravação oficial, clique aqui. Para uma sinopse, aqui.
♥ Para ver, com o início na voz de uma menina incrível, aqui. (Não consegui encontrar o nome dela, infelizmente.)
♥ Vale a pena ler o post do historiador Luiz Antonio Simas sobre como Leandro Vieira construiu o enredo da escola, em colaboração com muitos estudiosos e professores de história.
♥ Recomendo também o texto da jornalista Flavia Oliveira, no Globo de 8/03/2019, liberado na íntegra aqui. Rememora outros carnavais e destaca:
Necessária e alinhada ao nosso tempo, de cobrança por representatividade e protagonismo feminino, negro, indígena, popular, a narrativa da Mangueira de 2019 não é nem inédita nem suficiente. É o capítulo mais recente e, talvez, contundente de um ativismo que pavimentou longo caminho de reconhecimento a personagens e episódios menosprezados ou invisibilizados pela História. (…) Desfiles na Sapucaí ampliam visibilidade, escancaram polêmicas, provocam a opinião pública, despertam o interesse. Sozinhos, não transformam. Nem o carnaval nem o Brasil. O que traz mudança é batalha diária, ação incessante. O Rio de Janeiro e o Brasil dormiram mais felizes com a vitória da Mangueira, mas não acordaram diferentes. Como bem ensinou o espetacular samba-enredo de Manu da Cuíca e parceiros: “Na luta é que a gente se encontra”. (Flávia Oliveira)
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Sobre o desenho: Fiz uma bandeirinha com as medidas padronizadas (0,64 x 0,45cm) a lápis, depois tracei à mão livre com canetinha Unipin 0,2, e escrevi a legenda “Índios, Negros e Pobres” com uma 0,05. Colori com lápis de cor Faber-Castell Polychromos. Escaneei e fui colando no calendário em vários tamanhos e inclinações, com ajuda do Photoshop. Fiz vários testes de impressão até conseguir que saísse realmente cor-de-rosa. (As primeiras versões ficaram avermelhadas.) Depois me digam se saiu bem na impressora de vocês.
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Como citar: Kuschnir, Karina. 2019. “Março/2019 – Brasil, o teu nome é Dandara”, Publicado em karinakuschnir.wordpress.com, url: https://wp.me/p42zgF-3JG. Acesso em [dd/mm/aaaa].