Foi meu filho quem mostrou: — Olha, mãe, quase todos têm barba aqui no auditório! (Estávamos na PUC, assistindo a uma mostra com produções dos alunos de… cinema; alguém desconfiou?)
Antônio sempre foi assim, capaz de detectar padrões visuais, mesmo nas situações mais complexas. Fazia quebra-cabeças de 250 peças aos quatro anos, decorava mapas e bandeiras, sabia identificar o andar de um shopping pelo desenho dos mosaicos no chão.
Eu não. Tenho dificuldade com ambientes grandes, lojas de departamentos, multidões e paisagens. Vai ver porque sou miópe nos dois olhos (bastante), mesmo usando óculos o dia todo desde os 13 anos.
Gosto de olhar de perto, de gente, face, rosto, retrato… E dos outros! Como escrevi aqui, o que me motiva é conhecer as pessoas. De mim, já tenho o suficiente. Se pudesse até que seria ótimo doar meus pensamentos repetitivos por aí — mas tenho certeza de que ninguém ia querer…
Felizmente, cada vez mais aprendo e aproveito o fato de que desenhar é uma forma saudável de esquecer de mim.
…
Abaixo, pessoas iluminadas pelo letreiro laranja e vermelho de um restaurante.
Abaixo, à esquerda, faces da platéia durante um seminário de antropologia (IFCS/UFRJ).
A seguir, pessoas na sala de espera de um cartório.
E para terminar, meus personagens mais frequentes: passageiros cansados no metrô.
…
Sobre os desenhos: Linhas feitas com canetinhas de nanquim permanente Unipin 0.05 ou 0.1 sobre caderninho Laloran. Nas barbas da PUC, as sombras foram feitas com aguada de nanquim no local, através de um pincel waterbrush. Nos desenhos da platéia, usei canetinha vermelha Moji 0.38 (antes que vocês corram para comprar: acho as Unipins bem mais macias.) Nos demais, cor adicionada em casa com aquarela Winson & Newton.
06/02/2015 às 18:43
Tô igual que nem você, querida! Gostando demais de gente!
Quanta semelhança e quanta diversidade, lindo demais!
Pluft, o fantasminha, tinha medo e atração, às vezes me sinto assim também.
Bj
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06/02/2015 às 12:57
Muito bacana, Karina!!!
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06/02/2015 às 07:04
Kau, bom dia!
Gosto cada vez mais dos teus textos. De como o pensamento entra no desenho – e o desenho no pensamento.
Nesse, em particular, eu adorei quanto tu fala que de ti tu já tem o bastante.
Beijo grande.
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05/02/2015 às 22:39
delicia !!!
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