Karina Kuschnir

desenhos, textos, coisas


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Novembro/2018 – Girassóis

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Os girassóis são flores incríveis, conhecidas por se movimentar como se estivessem olhando para o sol. Em dias nublados, se viram uns para os outros, buscando energia. Mesmo quando não há luz, se fortalecem por estarem juntos.

Retomo o blog com essa metáfora, agradecendo a força que emana de vocês. Cada clique, visualização, download, mensagem e, sobretudo, cada sorriso e abraço recebidos na vida real ou virtual é uma fonte de energia para seguir em frente.

Sintam-se acolhidos e abraçados de volta! Estamos juntos e somos resistentes!

Nesse mundo da pós-verdade, precisamos reafirmar o básico. Quais valores defendemos, quais princípios consideramos inegociáveis? Como diria uma criança de cinco anos: — Qual é o sentido da vida?

Que os girassóis nos respondam por hoje: — O sentido da vida está na cooperação, no compartilhamento e na luz.

Nesse mês, coloquei uma flor extra no dia 20, feriado que marca a homenagem a Zumbi dos Palmares, transformado recentemente no Dia da Consciência Negra. Os 388 anos de escravidão de negros e indígenas no Brasil não podem ser esquecidos. A liberdade é um dos pilares da Constituição de 1988, um bom livro de cabeceira para ler e reler sempre.

Aqui vai o calendário do mês de novembro para imprimir em .pdf (em alta resolução).

Que tenhamos um mês de foco e concentração. Meus objetivos de novembro: ler, escrever, estudar, ser a melhor funcionária pública que eu puder, contribuir para projetos sociais, fortalecer meus valores, abraçar meus amores e amigos.

E os objetivos de vocês, quais são?

Sobre o desenho: Fiz um girassol com base em fotos do Google. Desenhei um original de cerca de 3 cm numa folha A4 90gr, com contorno de canetinha 0.05 Pigma Micron, colorido com lápis-de-cor Polychromos. Escaneei a folha do mês e o desenho, copiando a flor em vários tamanhos, e depois juntando tudo no Photoshop.

Sobre girassóis: Recomendo muito a leitura de Van Gogh, Digitalis e a verdade sobres os girassóis, capítulo disponível online do livro maravilhoso de Luiz Mors Cabral que já comentei aqui.

O texto do post é inspirado na mensagem (abaixo) que recebi e também na imagem que minha querida professora de aquarela Chiara Bozzetti me enviou:

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Como citar: Kuschnir, Karina. 2018. “Novembro/2018 – Girassóis”, Publicado em karinakuschnir.wordpress.com, url: https://wp.me/p42zgF-3IH. Acesso em [dd/mm/aaaa].


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Entrando em foco para Abril/2016

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Estou ficando uma pessoa insuportável que não come açúcar e acorda todos os dias às 6:00 da manhã, por motivo de idade e de colégio de filha. Quando o Antônio era pequeno, eu até levantava cedo, mas voltava pra cama correndo! (E a Alice me denunciava pra todo mundo, como já escrevi aqui.) Agora, às 7:15 já estou trabalhando e lendo sites tipo My Morning Routine, cheio de personagens horrivelmente certinhos. Escrevi para um amigo ontem: — Me ajuda, o máximo de rebeldia na minha vida está sendo acordar às 8:00 no sábado e entregar o calendário do blog atrasado!

Sem saber, a Andréa Cordeiro, que faz um trabalho lindo no grupo Bonequeiras sem Fronteiras, foi quem deu o empurrãozinho para essa vibe de produtividade. Ela me lembrou de  um blog que eu costumava ler há uns anos atrás chamado Vida Organizada, escrito pela Thais Godinho. Os assuntos são ótimos para quem está precisando de ajuda para gerenciar as mil demandas da vida.

Uma ideia simpática que importei de lá foi começar o mês fazendo uma listinha das coisas em que realmente preciso focar e me dedicar nos próximos 30 dias. Tento não escrever mais do que oito itens, pra ser uma lista de prioridades e não mais uma inbox abarrotada.

Comprei umas fichinhas na papelaria (5 reais o cento!), colei uns adesivos e comecei. Para vocês terem uma ideia, em março, listei sete objetivos: 3 pessoais, 1 do blog e 3 de trabalho. Depois acrescentei mais 3 de trabalho e os 4 aniversariantes do mês para quem eu queria comprar presentinhos. Ou seja, 14 itens. Parece pouco? Mas experimentem fazer… O resultado foi: completei 7, comecei 3, e ainda não cheguei em 4! Ou seja, para abril, vou tentar focar mais.

Para que serve tudo isso? Pra mim, essa listinha tem sido a bússola que me coloca de volta no caminho toda vez que as demandas externas me puxam pro lado (e isso vai desde navegar a esmo na internet até aceitar mais um parecer acadêmico). Fica mais fácil dizer “não” e, por mais paradoxal que pareça, também fica mais fácil dizer “sim” pra surpresas e boas oportunidades.

Bom final de semana, bom mês de abril!

6 Coisas impossivelmente-legais-bonitas-interessantes-hilárias-ou-dignas-de-nota da semana:

* Sabe aquele dia em que você sai de casa certa de que vai enfrentar trânsito, filas e atendentes de má vontade? Pois na quarta-feira, tive uma manhã feliz: ruas livres, banco sem fila, funcionários públicos de bom humor e, para completar, gatinhos fofos sendo bem cuidados por uma idosa no jardim da prefeitura!

* Dica de Netflix da minha dentista e amiga Lúcia Deluiz: a série inglesa Bletchley Circle, toda protagonizada por mulheres que trabalharam como decifradoras de código na Segunda Guerra Mundial. São só três ou quatro capítulos por temporada. Vi a primeira e achei bem simpática.

* Da organização da biblioteca do Gilberto Velho, a qual estou me dedicando algumas horas por semana: achei uma pequena coleção da obra do antropólogo Thales de Azevedo, com todos os volumes dedicados e autografados, cada um mais bonitinho que o outro. (Link para uma bibliografia completa do autor.)

* Graças ao Mauro Ventura, descobri o Facebook do jornalista Tom Cardoso, com histórias de morrer de rir! (Link)

* Essa semana vi um filminho com a história do ponto de exclamação! Muita gente do mundo das letras desdenha desse sinal, mas eu amo e adorei a homenagem! (Link)

* Quinta-feira estive na banca de doutorado do Ricardo Barbieri, com colegas muito especiais. Foi um momento de aprendizado e cordialidade, daquelas ocasiões em que nos sentimos felizes por escolher a profissão. Para completar, ainda soube que o blog tinha ajudado o casal — sim, porque a Taynah foi fotógrafa oficial da pesquisa!– a atravessar a tese com um pouquinho menos de estresse. Viva vocês, leitores!

Sobre o desenho: Calendário de abril em .jpg  e em .pdf. As imagens desse mês são inspiradas em estampas da marca de tecidos inglesa Liberty, que acho lindas! Desenhei primeiro com canetinha de nanquim 0.05 Pigma Micron. Depois colori com lápis CaranD’ache aquarelável e, em algumas cores, com pincel hidrocor Tombow, uma delícia de usar! Andei estudando para melhorar a qualidade da imagem no Photoshop. Me digam se está imprimindo melhor (isto é, com fundo mais branco e linhas mais nítidas por favor)!


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Tese sem CEP. Será que dá tempo? (Parte 1/2)

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“Não é preciso muita força para fazer coisas, mas é necessária uma grande dose de força para decidir o que fazer.” Elbert Hubbard

Volta e meia alguém me pergunta:

— Será que dá tempo de terminar minha tese até o final do ano? ou …de fazer uma pesquisa em 6 meses? ou …de escrever a qualificação de doutorado até julho?

Penso muito sobre esses tempos, de vocês e os meus. Tenho chegado à conclusão de que o primeiro passo para se ter tempo (e fazer as coisas no tempo que queremos) é decidir primeiro pra onde vamos caminhar, qual é o nosso destino — no sentido de ponto de chegada.

Gosto de começar os exercícios etnográficos com os alunos pedindo para eles me dizerem qual é o CEP do local de pesquisa. Cep é ótimo: é específico, é preciso, é um código, é um espaço onde se chega num certo tempo por algum meio.

O problema é que a gente decide, digamos, ir à casa da Maria, em Maricá. É longe e no meio do caminho vamos parando na padaria, onde encontramos um amigo querido; depois passamos na farmácia… Às vezes nos distraímos tanto que até esquecemos que estávamos indo pra casa da Maria.

Com a tese, ou com qualquer projeto de médio/longo prazo, acontece muito isso! A vida cotidiana vai entrando no meio do nosso mapa e, quando nos damos conta… Qual era mesmo o nosso destino? Como o tempo passou tão rápido?

Nossa tese não tem CEP, né? A minha pelo menos não tinha. Era um pontinho lá longe depois de quatro — que pareciam longos — anos. E de repente esses “longos” já não existiam. O prazo ficou apertado! Várias vezes eu peguei estradas laterais que saíam do roteiro.

É muito difícil se manter fiel a um destino que leva tanto tempo para chegar e que exige tanto empenho para acontecer. Hoje em dia não tenho mais tese para terminar, mas continuo achando um grande desafio saber para onde quero ir e me manter nesse caminho, isto é, investir meu tempo nesse projeto.

Por isso, concordo tanto com a frase que abre esse post: o segredo é decidir pra onde queremos ir. Essa decisão por si só é uma fonte geradora de tempo, que nos mantém na rota do nosso desejo, seja ele qual for.

[…continua!]

E para quem se interessa pelo mundo acadêmico, o blog tem posts sobre como explicar sua tese, dicas para aproveitar a defesa de doutorado e outros textos sobre minhas experiências… nos truques da escrita, na elaboração de projetos, nas defesas de tese, nas dores de não passar, na falta de tempo, no ensino de antropologia e desenho, no aprender a desescrever, nas agruras de ser doutoranda, na vida dos alunos, no sorriso do professor, nas lições da vida acadêmica, na importância de não ser perfeito e nas muitas saudades de Oxford 1, 2, 3 e 4!

5 Coisas impossivelmente-legais-bonitas-interessantes-ou-dignas-de-nota da semana:

* Aprendi uma comidinha nova: semente de girassol crua (ou pode ser torrada) para colocar na salada ou para comer de lanche. É uma delícia e saudável.

* Ainda com energia para organizar a casa: pendurei quadros que estavam há mais de um ano no chão e coloquei um monte de ganchinhos na parede, finalmente estreando a furadeira que ganhei em 2015 — um sonho antigo!

* Escrevi um parecer de um artigo ótimo! É tão raro isso.

* Li um artigo muito bacana sobre Checklists, publicado na New Yorker.

* Vi um vídeo super criativo sobre como posicionar pessoas num desenho.

* E a melhor de todas: hoje estou voltando a publicar um post no dia certo, quarta-feira!

Sobre o desenho: Há tempos eu queria mostrar aqui como ficam lindos os pedaços de papel toalha depois de servirem de apoio para limpar os pincéis durante uma pintura em aquarela. Esse é o que estou usando no momento! É um papel toalha especial, um pouco mais resistente, que parece um tecido e dura bastante. Só comprei uma vez, e tenho o mesmo rolo até hoje. Acho que essa imagem vai para a página de Materiais aqui do blog. Como diz o Becker, mesmo uma peça aparentemente insignificante é essencial para uma quebra-cabeça ficar completo. Sem um paninho, a pintura não existiria. Achei que era uma boa ilustração para esse tema do tempo e do caminho.